29 de nov. de 2012

PREVENÇÃO COM ARTE. MEU CORPO MEU BEM CONVIDA PARA DUAS MOSTRAS





HIV/AIDS - Prevenção com Arte.

-Artes Visuais- Exposição de Trabalhos de Finalização do Curso - "Meu Corpo Meu Bem - Fundação da Arte e Processo Criador Para Educadores Sociais".

Data: de 4 a 8 de Dezembro de 2012 - Abertura as 19h00.
Horário de Visitação: 09h00 às 17h00, de terça a sexta-feira, e das 09h00 às 16h00 sábado.
Contatos 11 2280-0367

Local: Casa Assistência Filadélfia.
Rua Antonio Fortunato, 627, Burgo Paulista, ZL, São Paulo

- MOSTRA FOTOGRÁFICA - DOIS ANOS DE CURSO 2011/2012
"MEU CORPO MEU BEM - Fundação Da Arte e Processo Criador Para Educadores Sociais".
Data: 03 à 07 de Dezembro de 2012.
Horário Para Visitação: 08h00 às 18h00 segunda a sexta-feira
Local: Sub Prefeitura da Penha Saguão próximo ao CAT.
Rua Candapuí, 492, Penha, ZL, São Paulo.

www.caf.org.br 

BELO HORIZONTE É TEMA DE LEVANTAMENTO INÉDITO. VIOLÊNCIA CONTRA JOVENS NA GRANDE BH CHEGA A NÚMEROS ALARMANTES.


Por Hudson Freitas

Belo Horizonte é a 6ª cidade mais populosa do Brasil, e a 7ª no ranking com maior taxa de homicídios, entre os jovens de 15 a 24 anos. Dados esses elaborado pelo Fórum das Juventudes da Grande BH, que no inicio de novembro lançou a “Agenda de Enfrentamento àViolência Contra as Juventudes”, o objetivo da criação da agenda é o de suscitar o debate e reivindicar políticas públicas a respeito das violências praticadas contra os jovens.    

Os dados apresentados no relatório tem como base o “Mapa da Violência 2011: Os Jovens do Brasil”, colaboração entre o Ministério da Justiça do Brasil e o Instituto Sagari. No ano de 2008 na capital mineira foram assassinados 477 jovens, uma média de quatro mortes a cada três dias. O índice de morte na faixa etária de 12 a 17 anos, é alarmante, e coloca Belo Horizonte no 6º lugar no ranking entre as capitais com maior índice de  Homicídios na Adolescência –IHA- Isso quer dizer que 1245 adolescentes poderão ser assassinados antes de completarem 19 anos.

 Além de Belo Horizonte outros três municípios da grande BH estão entre os 20 que mais registram homicídios na adolescência, são eles: Contagem em 13º, Betim em 19º e Ribeirão das Neves na 20º colocação do ranking.

A violência contra jovens e adolescentes não limita somente a agressão física ou homicídio, elas são a forma mais drástica, e a violência se expressa de variadas formas nas relações entre as pessoas.  Como explica Áurea Carolina Freitas, Cientista Social e representante da Associação Imagem Comunitária no Fórum das Juventudes: “Para chegar a uma situação de agressão física, tem outras coisas que já aconteceram. Um exemplo é o racismo que diminui o jovem negro e diz a ele as profissões que deve ocupar, os seus projetos, os seus sonhos. Isso Tudo vai condicionando uma existência que, no limite, até considera natural morrer com vinte e poucos anos numa guerra do tráfico”.

Políticas Públicas
De acordo com Juarez Dayrell, professor da Faculdade de Educação da UFMG e coordenador do grupo de pesquisa Observatório da Juventude, as políticas voltadas para os jovens obteve um avanço significativo, Juarez ainda comenta que no ano de 2003 falar de política voltada para a juventude era algo novo, não havia ideia de direitos e demandas específicos do jovens, e as  demandas centrais que existem hoje ainda não foram atendidas, e em Belo Horizonte é mais alarmante, avançou-se muito pouco, avalia o professor.

Percebe-se o reflexo dessa lentidão no plano Plurianual de Ação Governamental – PPAG- 2010/2013 para a cidade de Belo Horizonte. Após analise do Fórum das Juventudes constatou que nenhum dos programas da prefeitura de Belo Horizonte era políticas voltadas para a juventude.

Juarez reforça que é de extrema importância reconhecer o jovem como um sujeito de direitos e possibilitar a ele um atendimento intersetorial de suas demandas, como: emprego, educação, saúde e esporte, a fim de legitima-lo como um cidadão. 

EXPLORAÇÃO SEXUAL DE ADOLESCENTES INDÍGENAS



Créditos: Repórter Brasil
Rede de exploração sexual de São Gabriel da Cachoeira (AM) passa a ser investigada em âmbito federal. Vulnerabilidade de meninas indígenas preocupa
Daniel Santini, da Repórter Brasil
O caso de exploração de crianças e adolescentes indígenas em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, passou à esfera federal. Além da investigação aberta há cerca de um mês a pedido do Ministério Público Federal, agora a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República e os deputados federais da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Tráfico de Pessoas passaram a acompanhar o caso. Na semana passada, a ministra Maria do Rosário visitou o centro de acolhida Kunhantãi Uka suri (Casa da Menina Feliz), onde vítimas de abusos receberam apoio de freiras salesianas. Os deputados, por sua vez, não só aprovaram requerimento para uma diligência na cidade, como também a realização de uma audiência pública para debater o problema.   
As primeiras denúncias da exploração foram feitas em 2008, mas nem o Ministério Público Estadual, nem Polícia Civil, conseguiram desmantelar a rede de pedofilia local. As violências cometidas ganharam repercussão nacional neste mês, após notícias de que a virgindade de uma menina havia sido vendida por R$ 20. 
Meninas ameaçadas temem
represálias. 
As autoridades ouviram depoimentos de 12 garotas e listaram nove suspeitos. Quem acompanha a questão na região alerta, no entanto, que a rede é bem maior. “Tem muito mais do que os 12 casos. Há muitas meninas amedrontadas por essas pessoas, meninas que se calam diante de ameaças”, diz o bispo Edson Taschetto Damian, que afirma que freiras da congregação que recebeu as vítimas vêm sofrendo ameaças e perseguição.
“Elas estão em contato com essas meninas mais pobres e exploradas. Acabam ouvindo e descobrindo os casos, que não são poucos. Os órgãos judiciários locais estão pouco presentes. Embora tenha Tribunal de Justiça e Procuradoria do Estado [em São Gabriel da Cachoeira], os responsáveis vivem em Manaus e permanecem poucos dias na cidade”, completa. De acordo com o religioso, a participação do procurador Júlio José Araújo Junior, do Ministério Público Federal, foi fundamental para que a investigação passasse ao âmbito federal.


Objeto sexual



“Por que existe essa exploração? Porque para alguns brancos o índio é objeto, não conta, não tem dignidade ou valor. Eles fazem o que bem entendem”, diz o bispo Edson. O crescimento populacional acelerado no município é apontado como um dos fatores que agravaram a vulnerabilidade das meninas indígenas. O número de moradores do município encravado na floresta, na fronteira do Brasil com Venezuela e Colômbia, quase dobrou em duas décadas. De 23.140 pessoas em 1991, passou para 37.896 em 2010, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais de 90% dos moradores são indígenas.

Em 2008, a eleição do prefeito Pedro Garcia (PT) e seu vice André Baniwa (PV), primeiros índios a assumirem o poder municipal, acelerou a urbanização. Muitas famílias trocaram aldeias pela cidade, esperançosas em relação a acesso a mais políticas e serviços públicos. A desigualdade social, no entanto, não mudou. Segundo os dados mais recentes do IBGE, enquanto a renda média mensal dos indígenas é de R$ 601, a da população de cor branca é de R$ 2.387. 

A relação entre urbanização acelerada em municípios indígenas e exploração sexual infantil não é exclusividade do município no norte do Amazonas. Em julho do ano passado, em encontro do Grupo de Estudos sobre Infância Indígena e Trabalho Infantil da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (Conaeti), integrantes manifestaram a preocupação em relação a este tema. Dernival dos Santos, representante dos índios Kiriris, afirmou na ocasião que a saída de jovens das aldeias para as cidades trazia riscos de exploração pela prostituição e alcoolismo.
Diante da exposição das crianças indígenas ao risco de exploração sexual, os integrantes apontaram a necessidade de estratégias prioritárias para lidar com o problema.
Esta reportagem foi produzida pela Repórter Brasil e faz parte da série de especiais Meia Infância, parte integrante da campanha É da nossa conta! Trabalho infantil e Adolescente 


28 de nov. de 2012

AGENCIA DO BEM PREMIA PROJETO VILA CLÁUDIO DA CASA DO MENOR SÃO MIGUEL ARCANJO.


O projeto Vila Cláudio Construindo Cidadania da Casa do Menor São Miguel Arcanjo, Nova Iguaçu Rio de Janeiro, parceiro Knh Brasil. foi contemplado após seleção, pelo edital de financiamento de pequenos projetos da Agência do Bem, organização sem fins lucrativos com sede no Rio de Janeiro. Com o apoio, o projeto pretende agora dar continuidade na Radio Comunitária.

 Outra boa noticia, é que a Casa do Menor, passou pela primeira fase de seleção de Projetos da ABRINQ e essa semana ocorrera à segunda fase que consiste numa visita técnica pelas dependências do projeto. Sendo aprovado, o projeto Vila Cláudio investirá na contratação de assistentes sociais e psicólogos para melhor atender a comunidade. 

As fotos são da festa de premiação da Agencia do Bem. 






27 de nov. de 2012

EDITAL DE SELEÇÃO DE PESSOAL ASSESSOR DE PROJETOS KNH BRASIL - REGIONAL SUDESTE E CENTRO-OESTE





Kindernothilfe-KNH
A Kindernothilfe e.V. – KNH com sede em Duisburg - Alemanha é uma Agência de Desenvolvimento, fundada em 1959 com enfoque na área de direitos humanos de crianças e adolescentes. Alicerçada na fé cristã, na Declaração dos Direitos Humanos da ONU, em especial, na Convenção Internacional dos Direitos da Criança a KNH coopera com projetos, parceiros e redes para que crianças em situação de pobreza ou extrema pobreza possam almejar outra perspectiva de vida.

Atualmente, apoia a mais de 780.000 crianças e adolescentes em 30 países na África, Ásia, América Latina, Caribe e Europa Ocidental, através de projetos que tenham impreterivelmente ações que visam intervir nos problemasenfrentados por crianças e adolescentes e suas famílias que se encontram em situação de risco.

Seu apoio financeiro aos projetos e parceiros se faz a partir de doações de mais de 100.000 doares e associados da Europa.
No Brasil, a Kindernothilfe e. V – KNH Brasil apoia mais de 80 projetos com intervenção na realidade das crianças e adolescentes em situação de risco nas Regiões Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, por meio dos escritórios em Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Em seu planejamento estratégico, a Kindernothilfe tem como objetivo introduzir e implementar o enfoque de direitos da criança na linha de programática e de ação na Alemanha e no exterior. Este objetivo é visto como um processo que se estenderá ao longo de alguns anos para que o enfoque de direitos da criança seja uma tarefa de abrangência transversal de todo trabalho da Kindernothilfe. Com intuito de complementar a equipe de trabalho da KNH BRASIL SECO (Regional Sudeste e Centro Oeste), abre este edital de seleção para o cargo abaixo citado:

® Cargo: Assessor de Projetos.
® Objetivo do cargo: Assessorar os projetos parceiros da KNH Brasil Regional Sudeste e Centro-Oeste nas ações de promoção, proteção e defesa de direitos humanos de crianças e adolescentes.

® Competências Requeridas:
_ Formação universitária concluída nas áreas das ciências sociais ou humanas;
_ Capacitação e experiência nas áreas que envolvam direitos humanos de crianças e adolescentes;
_ Experiência na gestão do ciclo de projetos (planejamento, monitoramento e avaliação) com um enfoque no instrumento do marco lógico e metodologias participativas;
_ Experiência de trabalho e Capacidade de desenvolver interlocução em espaços de debates e de aprofundamentos temáticos sobre temas como: Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, Violência Doméstica; Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil; Violência Urbana/Comunitária e Desenvolvimento Comunitário em áreas Rurais e/ou Urbana;
_ Conhecimentos sobre a Convenção internacional dos direitos da criança
_ Conhecimento sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8069/90), Lei que dispões sobre a Organização da Assistência Social (LOAS – Lei 8742/93, Lei 12.543/2011), e demais normas legais pertinentes as áreas da assistência social e dos direitos humanos de crianças e adolescentes;
_ Conhecimento em políticas públicas e sua intersetorialidade, principalmente voltadas à promoção e proteção integral da criança e adolescente;
_ Facilidade no diálogo com diferentes atores tais como adolescentes, jovens, lideranças e grupos comunitários, instituições públicas e privadas;
_ Facilidade para relacionamento com entidades governamentais, não governamentais e de cooperação internacional;
_ Sensibilidade para as questões ecumênicas e das igrejas;
_ Acompanhamento de movimentos populares e sociais do país e principalmente na articulação de redes em prol da garantia de direitos humanos de crianças e adolescentes;
_ Capacidade de organizar, coordenar e/ou ministrar cursos, encontros, oficinas e seminários sobre temas ligados às competências do cargo;
_ Facilidade de trabalhar em equipe;
_ Iniciativa; organização; agilidade; pensamento analítico e capacidade crítica; adaptabilidade e flexibilidade;
_ Boa redação;
_ Ter disponibilidade para trabalhar 40 horas semanais (tempo integral); viagens freqüentes e eventuais atividades aos finais de semana.
_ Habilidade para trabalho com os recursos da informática (editor de texto, excell, banco de dados e internet);
_ Carteira nacional de habilitação – Categoria B e experiência como condutor de automóvel;
_ Disponibilidade para residir em Belo Horizonte/MG.
® Principais Atribuições do Cargo:
Participar e Contribuir para a implementação do Plano Nacional de Enfoque de Direitos de Crianças e Adolescentes da KNH para o Brasil;
Contribuir no dialogo construtivo com a Kindernothilfe Alemanha.
_ Planejar, monitorar e avaliar as ações e projetos apoiados pela KNH Brasil Regional Sudeste e Centro-Oeste;
_ Participar do processo de identificação de novos parceiros para a implementação do Plano Nacional da KNH para o Brasil;
_ Representar a KNH Brasil nos espaços, instâncias políticas e sociais;
_ Realizar assessorias à distância ou in loco, aos projetos de acordo com a necessidade e o interesse da parceria;
_ Redação de relatórios, pareceres e documentos relativos à função, principalmente para a KNH Alemanha;
_ Manutenção e repasse de informações atualizadas sobre os projetos apoiados.
_ Participação em instâncias de representação institucional (fóruns, conselhos, movimentos);
_ Promoção e Organização de eventos (cursos, seminários, oficinas, reuniões).
_ Realização de eventuais contatos com a imprensa e mídia em geral;
_ Arquivamento de documentos, correspondências e outros referentes à função.
® Salário e Benefícios:
_ Compatível com a área de atuação, no entanto o Candidato deverá informar em seu currículo a PRETENSÃO SALARIAL,
_ Auxílio a plano de saúde;
_ Plano odontológico
_ Seguro de vida coletivo.
® Vigência da Contratação:
_ Contrato de Trabalho por 01 ano, podendo ser renovado.
® Previsão de início de trabalho:
_ Segunda quinzena de Dezembro de 2012.
® Etapas da seleção:
_ Análise de Currículo
_ Entrevista
_ Teste Prático envolvendo alguma das atribuições do cargo
® Inscrição:
_ Os interessados deverão encaminhar Curriculum Vitae para o e-mail: seco@knhbrasil.org.br especificando no assunto do e-mail CARGO ASSESSORIA DE PROJETOS até o dia 09 de dezembro de 2012

Importante:
_ Comunicamos que não serão fornecidas informações adicionais por telefone.
_ Entraremos em contato somente com os candidatos pré-selecionados para as entrevistas.
_ É Fundamental que os currículos encaminhados apresentem de maneira clara e concreta as competências requeridas ao cargo.
_ Os currículos que não informarem a Pretensão Salarial serão desconsiderados do processo seletivo.

Download do edital de seleção clique aqui. 

Cordialmente,

Andréia Barreto
Coordenadora KNH Brasil - Regional Sudeste e Centro-oeste

21 de nov. de 2012

PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E O COMBATE AO RACISMO NÃO SÃO PRIORIDADES DO GOVERNO FEDERAL, DIZ ESTUDO.



Dados revelados em Nota Técnica nº179 desenvolvida pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), demonstram que não houve muito o que comemorar no Dia Nacional da Consciência Negra. O estudo aponta uma baixa prioridade na execução do Orçamento da Igualdade Racial[1] nos primeiros 10 meses de 2012. Dos R$ 1,9 bilhões previstos, apenas R$ 182 milhões foram executados pelo governo até 31 de outubro, ou seja, apenas 9,44% do total autorizado foram executados até essa data.
 
Segundo o estudo, essa falta de execução do orçamento faz com que a diminuição da desigualdade racial no Brasil caminhe a passos lentos. “Não só as políticas públicas universais - educação, saúde, previdência, assistência etc - não conseguem universalizar os direitos na prática, como as políticas específicas de promoção da igualdade racial e combate ao racismo são insuficientes e residuais”, diz a análise. 

O estudo aponta que ações relevantes autorizadas no orçamento de 2012, de responsabilidade de diversos ministérios, tiveram execução zero como: a assistência técnica e extensão rural às comunidades quilombolas (Ministério de Desenvolvimento Agrário); o enfrentamento da violência contra as mulheres, que possui recorte racial (Secretaria de Promoção de Políticas para as Mulheres); e a integração da comunidade no espaço escolar, promoção da saúde na escola e combate à violência, à discriminação e à vulnerabilidade social (Ministério da Educação). 

Além da falta de execução em algumas ações, em outras, o governo realizou baixíssima execução orçamentária como é o caso das ações de promoção da cultura afro-brasileira (Ministério da Cultura), que do total de R$ 20 milhões, apenas 8,2%foram executados até o momento; das ações de apoio de iniciativas para a promoção da igualdade racial (Secretaria de Promoção de Políticas para a Igualdade Racial), do total de 14 milhões autorizados, somente 4,6% foram executados; e da única ação afirmativa existente dentro do Itamaraty de concessão de bolsas de estudo a candidatos afrodescendentes à carreira diplomatica, que teve apenas 3% de execução.


VIOLÊNCIA CONTRA A POPULAÇÃO NEGRA

No caso da violência, tem crescido o número de homicídios da população negra e diminuído a taxa de homicídios entre a população branca. Em 2010, morreram proporcionalmente 139% mais negros do que brancos, sendo que a maioria dessas mortes está concentrada na juventude. Dos 49.932 mortos por homicídios, em 2010, 53,3% eram jovens, dos quais 76,6% negros (pretos e pardos). “Muitos estudiosos e militantes vêm denunciando essa situação como um “genocídio” em curso da juventude negra. As ações do governo federal para enfrentar essas violações são tímidas. O recém lançado Plano Juventude Viva possui ações localizadas apenas no Estado de Alagoas”, ressalta a Nota Técnica.



Racismo institucional
O racismo institucional faz com que os gestores públicos dos diversos Ministérios e órgãos federais não deem prioridade para a formulação de políticas de ação afirmativa e promoção da igualdade. Uma vez enviada a proposta orçamentária ao Congresso Nacional, há também uma ausência de debate sobre o tema, em razão da sub-representação política da população negra no Parlamento.
Em 2012, o contingenciamento de recursos orçamentários imposto pelo Ministério da Fazenda atingiu com mais força algumas áreas do governo responsáveis pela promoção da igualdade racial, como a Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), que teve aproximadamente 50% dos seus recursos contingenciados no início do ano.

19 de nov. de 2012

CAMPEONATO SUL AMERICANO MENORES CONSAGRA JOVEM DO EDUCANDÁRIO SANTO ANTÔNIO DE BEBEDOURO, PARCEIRO KNH BRASIL




Do dia 26 a 28 de outubro a cidade de Mendoza na Argentina foi sede do Sul Americano Menores, e contou com a participação de Leonardo dos Santos que sagrou-se vice-campeão sul americano na prova de salto com vara, com a marca de 4,10mts, e o 5º lugar na prova de salto em altura com a marca de de 1,98mts. Leonardo durante um bom tempo integrou o projeto e a equipe de atletismo do Educandário Santo Antônio de Bebedouro parceiro KNH Brasil, no campeonato brasileiro Caixa de Menores na cidade de Maringá, conquistou o primeiro lugar na prova de salto com vara e o segundo lugar no salto em altura.
Leonardo dos Santos 

Leonardo dos Santos foi um dos pilares que auxiliou a seleção brasileira de atletismo a confirmar favoritismo e conquistar o título do 21º Campeonato Sul-Americano de Atletismo de Menores. No quadro geral de medalhas, a seleção brasileira obteve ótimos resultados, na categoria de 15 a 17 anos, o Brasil conquistou 42 pódios, sendo 13 de ouro, 10 de prata e 19 de bronze. Colômbia obteve o 2º lugar com 12 medalhas, 4 de ouro, 6 de prata e 2 de bronze, e a Argentina obteve o terceiro lugar geral com 13 medalhas, 5 de ouro 4 de prata e 4 de bronze.

O Sul-Americano contou com um total de 440 Atletas, 237 homens e 203 mulheres de 11 países, 10 da América do Sul e a Costa Rica, que foi convidada pela Confederação Sul-Americana de Atletismo –Consudatle.  

Com investimentos simples, educação de qualidade e principalmente, acreditar no potencial de cada criança cada adolescente é o que Knh Brasil faz diariamente e Leonardo hoje colhe os frutos desse investimento,  é atleta da Associação Sertanezinha de Atletismo além de integrar a seleção Brasileira de menores.   


Leonardo do Santos com Atleta da delegação Chilena 


Classificação final por pontos
1-Brasil - 372
2-Argentina - 184,5
3-Chile - 158
4-Colômbia - 125
5-Venezuela - 122
6-Peru - 82,5
7-Uruguai - 40
8-Panamá - 23
9-Bolívia - 19
10-Paraguai - 11
Quadro final de medalhas
Brasil - 42 (13 de ouro, 10 de prata e 19 de bronze)
Colômbia - 12 (5, 6 e 2)
Argentina - 13 (5, 4 e 4)
Venezuela - 10 (3, 5 e 2)
Peru - 7 (3, 2 e 2)
Chile - 13 (2, 7 e 4)
Panamá - 2 (2, 0 e 0)
Uruguai - 4 (1, 3 e 0)
Bolívia - 2 (1, 0 e 1)
Paraguai - 1 (1, 0 e 0)

ESTUDO REFORÇA MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA EXPLORAÇÃO SEXUAL NA COPA DE 2014

Pesquisa aponta relação entre o fluxo de turistas estrangeiros com denúncias ao Disque 100;
capitais do Nordeste são as mais vulneráveis




Estudo encomendado pelo Conselho Nacional do SESI, com base em dados oficiais de fluxo turístico em Salvador (BA) e São Paulo (SP), revelou que há uma relação entre o desembarque de turistas estrangeiros que vêm ao Brasil a passeio e o aumento das denúncias de exploração sexual feitas ao Disque 100, serviço de denúncias do Governo Federal.

De acordo com o levantamento produzido pela John Snow Brasil Consultoria, entre os anos de 2008 e 2010, a cada 370 turistas estrangeiros que chegaram a Salvador, uma denúncia foi feita ao Disque 100. Já em São Paulo, era preciso a entrada de 2.567 turistas para que houvesse o aumento de uma denúncia ao serviço, quase dez vezes mais que na Bahia.

Segundo o consultor Miguel Fontes, coordenador da pesquisa, esse resultado mostra que o país deve se preparar para prevenir a exploração sexual de menores em grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014, quando as cidades-sede dos jogos receberão milhares de turistas.

O Nordeste é a região do país com maior vulnerabilidade à exploração sexual, conforme apontou o estudo, que também levou em consideração a relação entre a renda per capita e o número de denúncias de exploração por grupo de 100 mil habitantes. Os principais fatores estão ligados à renda familiar e aos índices de Desenvolvimento Humano IDH. Os números de exploração sexual confirmam essa realidade, já que o Nordeste é a região com maior número de casos, com mais de 37% do total, de acordo com dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República SDH.

De acordo com o pesquisador, foram utilizados dados do Ministério do Turismo sobre o fluxo de turistas estrangeiros mês a mês, de janeiro de 2008 a dezembro de 2010, na Bahia, onde a característica é o Turismo de Lazer, e em São Paulo, onde predomina o Turismo de Negócios. Ao mesmo tempo, foram colhidas informações da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência (SDH) de denúncias formalizadas de exploração sexual. "A pergunta foi: quando aumenta o fluxo de turistas aumentam também as queixas de exploração? Será que haveria uma correlação entre esses dois fatos? O resultado mostrou que na Bahia e em São Paulo existe essa associação, só que de uma maneira muito mais significativa na Bahia do que em São Paulo", diz Fontes.

O documento intitulado "Turismo e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes: um Estudo dos seus Fatores Determinantes" foi apresentado no último dia 23, durante o seminário "A Exploração Sexual e os Grandes Eventos Esportivos" que reuniu, em Paris, na França, representantes do Conselho Nacional do SESI e de organizações europeias de enfrentamento à exploração sexual. Na ocasião, foi feito um alerta para o risco do aumento no número de casos no Brasil nos próximos anos, caso nenhuma medida de prevenção seja adotada.

A partir desse levantamento, o SESI articula com seus parceiros na Europa uma campanha de conscientização tanto nos países que despacham turistas quanto em países como o Brasil, que receberão milhares deles já a partir de 2013, com a ocorrência da Copa das Confederações.

Segundo Miguel Fontes, ações no sentido de orientar os turistas serão importantes para atenuar o que o estudo projeta para os próximos anos. A campanha "Não desvie o olhar" será divulgada em cerca de 20 países na Europa, África e América do Sul. Estão previstos eventos de mobilização, ações em redes sociais, vídeos e pôsteres que serão exibidos em aeroportos, aviões, agências de viagens, bares, restaurantes e outros espaços públicos, além da sensibilização de profissionais do setor turístico para que não aceitem a prática do crime e denunciem. A campanha também prevê a criação de um site europeu para denúncias. Para Fontes, é possível que o cenário exposto pelo estudo não se confirme no futuro por conta de medidas como essa.

Clique aqui para ver o documento na íntegra.

 ViraVida

No Brasil, como na grande maioria dos países, a exploração sexual é considerada crime e violação dos direitos universais de crianças e adolescentes. Mesmo assim, são comuns o desembarque de turistas europeus que chegam com o propósito de explorar sexualmente meninos e meninas agenciados à beira-mar em cidades da costa nordestina ou em cidades como o Rio de Janeiro. Para enfrentar o problema, o SESI criou em 2008 o projeto ViraVida, que busca remover jovens de 16 a 21 anos da exploração, capacitando-os profissionalmente e recompondo seus vínculos com a família.

O projeto surgiu de uma iniciativa pessoal do presidente do Conselho Nacional do SESI, Jair Meneguelli, e hoje está presente em 19 cidades de 16 estados do país. Atualmente, mais de 70% dos alunos formados já estão trabalhando.



Equipe Executiva PAIR-BH

Associação Municipal de Assistência Social - AMAS

Violência sexual contra crianças e adolescentes: ISSO EXISTE!!!
Se você sabe ou suspeita de algum caso faça uma denúncia anônima.
Disque 100 ou 0800 031 1119



17 de nov. de 2012

PROJETO ÁGUA VIVA. EXEMPLO CONCRETO DE QUE PEQUENAS IDEIAS PODEM GIRAR A RODA DO MUNDO E FAZER OS OITO OBJETIVOS DO MILÊNIO VALER A PENA.



Por Hudson Freitas





A água é sem duvida o recurso natural mais importante. Não importa quem somos o que fazemos, onde vivemos, dependemos dela para viver. E nesse nosso contexto de mundo atual onde a água vem sendo tratada como um recurso infinito, sem nenhuma ou pouca preocupação política com a sua gestão no país, o projeto Água Viva da Casa da juventude, que aos poucos revitaliza a Sub-Bacia Hidrográfica do Córrego São Roque no norte de Minas Gerais, é prova que, com atitudes simples e boa vontade, é possível reverter quadros que pareciam perdidos.  

Nascente Recuperada 
O projeto idealizado pela casa Casa da Juventude - Organização parceira da Knh Brasil, fundada pela Associação Papa João Paulo XXIII no ano de 1997 - no município de Itaobim MG –, é voltado para a assistência das comunidades de periferia e atende principalmente, os bairros: São Cristovão, Esperança, Vila Nova e Alvorada.

No ano de 2004, pensando na melhoria nutricional e geração de renda das famílias da região, bem como das crianças e adolescentes assistidos pela entidade, a casa da juventude cria um trabalho voltado à horticultura comunitária. Com o desenvolvimento do projeto e sua principal fonte de irrigação o Córrego São Rogue, afluente do Rio Jequitinhonha teve uma diminuição considerável da sua vazão, chegando próximo da seca total. Diminuição essa devido à escassez de chuvas e não preservação das nascentes na região, que prejudicava a produção da horta. Lembra Manoel Santos, técnico agrícola da Casa da Juventude.

Partiu dos participantes da horta comunitária a ideia de desenvolver um trabalho de sensibilização das famílias envolvidas com a horticultura e as residentes, no entorno da Bacia do São Roque, para a sua proteção. E assim no ano de 2007, com parcerias de diversas entidades do município convencionou trabalhar com toda a Bacia do córrego, pois apenas assim seria possível obter um resultado expressivo e com retornos visíveis para as famílias que se mobilizaram para o problema da falta de água.

Nascente Principal Do Rio São Roque 
Realizou-se quatro caravanas que chegaram a todas as nascentes e afluentes do córrego, mapeou-se a área com a coleta de coordenadas geográficas através de GPS e a posterior representação de um mapa da Sub-bacia do São Roque. O projeto beneficia hoje aproximadamente 250 famílias em toda bacia-hidrográfica. Um dos exemplos desses benefícios, é que o projeto fornece o material e a comunidade à mão de obra, bem como a equipe do projeto ainda presta assistência técnica por um período de dois anos, após esse período estabelecido, a continuidade do trabalho de preservação das nascentes passa a ser de suma responsabilidade do proprietário. Só no ano de 2012 o projeto conseguiu fazer o cercamento  de 6 seis nascentes.

A KNH Brasil se orgulha, e muito do projeto Água Viva, que é um bom exemplo de que os oito objetivos do milênio – criado pela Organização das Nações Unidas - pode de fato ser uma realidade concreta. “Através do projeto, conseguimos fazer com que a comunidade passe a ter mais união e hoje graças, ao Água Viva, estamos iniciando através do município um beneficiamento de água para 26 famílias de uma nascente cercada pelo projeto”. Diz Augusto Brandão, morador da Comunidade da Coruja. Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento, não só pessoal, mas também coletivo; um dos oito objetivos proposto pela ONU.

 A jovem Brenda Amaral da Casa da Juventude afirma que o projeto foi responsável por uma reviravolta na sua vida ao longo desse ano de 2012.  “Um dos grandes problemas da região é a falta d’água causado muito das vezes pela forma que os recursos são gerenciados. Com isso tiro apenas uma única lição de vida, se cada ser humano não cuidar desse recurso tão importante para a nossa vida, um dia ele irá acabar”. Finaliza a jovem.

Ideias que aos poucos se transformam e geram por si próprias uma cadeia sem fim de resultados positivos para toda uma sociedade, é o que a KNH Brasil acredita.



Cercamento de Nascente 

Nascente 

Trabalho de Sensibilização  

Equipe de Cercamento 

Equipe Sapucaia 

Reunião de Conscientização 












13 de nov. de 2012

PROJETO DE ARTE-EDUCAÇÃO É REFERENCIA NA LUTA CONTRA EXPLORAÇÃO SEXUAL DE JOVENS E ADOLESCENTES.








A casa de assistência Filadélfia CAF, parceira KNH Brasil, trabalha na grande São Paulo questões relacionadas ao abuso e exploração sexual envolvendo jovens e adolescentes. Com o advento da copa das confederações 2013, Copa do Mundo 2014, Olimpíadas 2016 e as grandes obras, nunca foi tão propicio levantar questões tão importantes no enfrentamento dos direitos de crianças e adolescentes.

A CAF hoje conta com 6 projetos de apoio e promoção a jovens e adolescentes. Dentre esses seis projetos, a Knh Brasil, apoia diretamente O Meu Corpo Meu Bem, que é um projeto de arte-educação em sexualidade.

Por meio de artes e jogos o Meu Corpo Meu Bem, trabalha com crianças adolescentes e adultos temas relacionados com sexualidade, relacionamento, autocuidado e prevenção da violência sexual, tendo o cuidado de direcionar as atividades a cada faixa etária.

São 5 bases de trabalho que o projeto utiliza: conhecer, apreciar, cuidar, respeitar e proteger o seu corpo, com o intuito de que jovens desenvolvam a sexualidade de forma segura e com afeto.

A KNH Brasil conversou com Euci Selma Siébra Munhóz, coordenadora Do Meu Corpo Meu Bem, a respeito do enfrentamento do abuso e exploração sexual de jovens e adolescentes.

Por: Hudson Freitas

KNH - Como a CAF acredita principalmente através do Projeto Meu Corpo Meu Bem ser possível combater o turismo sexual de crianças e adolescentes no Brasil?

CAF - É possível, mas não é fácil ou simples. O combate ao turismo sexual de crianças e  adolescentes no Brasil, depende de ações e setores diversos. É preciso considerar que se trata de “crime organizado” e que existem setores responsáveis e competentes para ações específicas. Nosso papel no combate ao turismo, à exploração sexual de crianças e adolescentes, é educar para projeto de vida, informar e orientar a sociedade e as famílias sobre os direitos de crianças e adolescentes, inclusive de como identificar situações de risco e proceder nas denuncias. 

KNH - A CAF já está discutindo possíveis estratégias a serem implementadas contra a violência sexual de crianças e adolescentes durante os períodos dos megaeventos esportivos -Copa das Confederações 2013 e COPA 2014 - ? Se sim, o que já foi possível delinear? Se não, há alguma pretensão neste sentido?

CAF - O projeto Meu Corpo Meu Bem atua nas escolas do entorno da CAF com oficinas de autocuidado para prevenção de abuso sexual infantil  nas Escolas de Educação Infantil e de prevenção de DST/AIDS, Sífilis congênita e violências contra crianças e adolescentes na comunidade e Escolas de Ensino Fundamental do entorno da CAF. - Iniciamos o ano de 2011 promovendo um encontro com os professores e educadores sociais, quando apresentamos a preocupação com as crianças e adolescentes em razão da realização dos eventos em 2013 e 2014, salientando as mudanças na infraestrutura da região - instalação de rede de hotéis - e a construção do estádio onde se dará a abertura da Copa do Mundo - São Paulo – Zona Leste.   Em 2011 também participamos do encontro de filiadas RENAS que possibilitou novos encaminhamentos para a rede de proteção, construção de novas alianças e estruturação da Campanha de Enfrentamento ao Turismo Sexual da Criança e do Adolescente - Projeto Copa 2014;- Retomada de contatos com o BICE  – International Catholic Child Bureau, que firmou parceria com a CAF para a realização do “Café com Reflexão” de 2012 - agora em Dezembro de 2012, para participação de jovens líderes comunitários e líderes de diversos setores do município para tratar do tema;- Firmamos parceria com o Instituto Minidi de Arte, Educação Social para capacitação de 40 professores e educadores sociais que atuam na Zona Leste de São Paulo, na metodologia do projeto Meu Corpo Meu Bem  – abordagem de Arte/Educação dos temas de Saúde e Direitos Humanos;- Em 2012 demos continuidade às ações e eu e outro membro da equipe, a Regina Trabachini, participamos do XIII Curso Multidisciplinar de Atualização no atendimento em situações de abuso sexual do PAVAS – Programa de Atenção à Violência Sexual, Saúde Pública, USP. Como atividade do curso fizemos o trabalho:  “Enfrentamento ao abuso de exploração sexual infanto-juvenil na Região de Ermelino Matarazzo – Zona Leste de São Paulo: Ações do projeto “Meu Corpo Meu Bem” da Casa de Assistência Filadélfia”. Após a realização do diagnóstico situacional, do trabalho, delimitamos nossas ações: 1- Fortalecer a comunidade a partir do trabalho intersetorial, em rede, para o enfrentamento do abuso e exploração sexual infanto-juvenil. 2- Promover o fortalecimento pessoal e o vínculo familiar como uma estratégia para a prevenção do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes; 3- Estimular a capacitação continuada de profissionais e cuidadores fortalecendo a rede de proteção e da prevenção do abuso e exploração sexual infanto-juvenil. Os eixos temáticos serão:
1) Estatuto da Criança e do Adolescente;
2) Arte/Educação em Saúde;
3) Trabalho em Rede.
Esse plano de enfrentamento foi compartilhado com professores e educadores sociais no encontro “Acampadentro”, realizado no dia 29 de Setembro de 2012;- Realizamos alguns contatos e reuniões com lideranças religiosas e com o apoio dos pastores e de jovens líderes; no dia 10 de Novembro de 2012 estaremos realizando na Igreja Presbiteriana de Cidade A. E. Carvalho, um Café – Fórum Jovem para que os jovens de diversas igrejas possam discutir e propor ações de prevenção no espaço religioso de diversas denominações.



KNH - A seu ver, porque a exploração sexual nem sempre é vista como crime contra a criança e principalmente contra o adolescente?

CAF -  Sou artista plástica, arte-educadora, e minha pesquisa caminha pela cultura, cultura brasileira. A exploração sexual é crime, mas é multifacetada, complexa, e me importa as questões culturais que predispõe situações de risco e até legitimam absurdos, coisas bizarras. No meu entendimento, os valores culturais, dentro de um certo contexto, são mais determinantes para que ocorram a exploração sexual que outros fatores. Os valores que uma pessoa possui é que a levam a ver algo como aceitável/correto ou repugnante/crime. Que tipo de “valor” damos a crianças e adolescentes: de coisa, de produto?

KNH - Você acredita que a omissão tanto do estado como da sociedade é o que contribui para que jovens sofram os males da exploração sexual no Brasil? Se sim, como e onde você vê que isto acontece?

CAF - Creio que já avançamos, estado e sociedade, mas existem ainda grandes desafios. No encontro que tivemos com os professores e educadores sociais a grande questão colocada pelos participantes foi “como denunciar sem sofrer retaliação”. Orientamos como deve ser o procedimento, mas será possível fazer algo a esse respeito e não se envolver a ponto de não sentir o rebote de alguma forma? A denúncia anônima resolve em parte, porque só faz denúncia quem tem esse valor, conhece o processo e por não concordar toma uma atitude. Isso acontece em todos os setores. Posicionar-se tem preço, costuma ser caro, precisa de vontade política para não ser omisso.

KNH - No caso de crianças e adolescentes que sofreram abuso e/ou exploração sexual, é possível reviver “sonhos perdidos”? Que estratégias são necessárias?

CAF - Em primeiro lugar é preciso prevenir casos tanto de abusos como de exploração sexual.  Não é possível mensurarmos o tamanho dos estragos e nem prever quem consegue transpor esse tipo de experiência de forma a recuperar-se totalmente. Quanto aos casos suspeitos, a criança ou adolescente precisam ser ouvidos, depois, o mais rápido possível, precisam receber atendimento médico (exame e medicação preventiva para DST/AIDS caso o profissional entenda necessário) e psicológico. Depois outras providencias, as legais.

KNH - Nota-se um número crescente de casos envolvendo meninos na exploração sexual, sobretudo nas orlas brasileiras, o que podemos atribuir esse aumento crescente envolvendo meninos?

CAF - A minha opinião é que, atualmente, isso é mais visível, mas sempre houve. Existe uma estrutura “organizada” que favorece, mas são muitos os fatores. Tudo começa na família, mas é lógico que as condições sociais e tantas outras dessa família podem também favorecer. É compreensivo que uma criança ou adolescente sem recursos sejam seduzidos por ofertas inescrupulosas. Eles apelam para as necessidades deles, e meninos também têm necessidades.  Eles são vulneráveis, e muitas vezes a própria família também. A mídia muitas vezes não colabora. Ouvi recentemente que lá fora, no exterior (alguns países) se faz propaganda do Brasil como “um lugar onde tudo pode”. A relação é feita com os comportamentos das pessoas em nossas festas populares (Carnaval) e a leitura é de que esses tais comportamentos sejam atribuídos a todos da população indiscriminadamente. Valoriza-se muito mais o que as pessoas possuem do que os que elas são, isso nos programas de TV, os artistas, as pessoas que ficam em evidência. Assim, se o importante é ter, então se justifica fazer qualquer coisa para possuir, ostentar, etc.

KNH - É sabido que esses meninos acabam durante vários dias fazendo programas, com alguns clientes fixos ou ate mesmo mais de um, em casas, apartamentos, ou em fletes, com turistas. É Comum esses meninos utilizarem algum medicamento ou drogas ilícitas para dar conta de tantos dias de atividade?

CAF - Como já mencionei essas atividades não acontecem sozinhas, estão em rede com outras atividades ilegais. A falta de informação sobre as consequências para a saúde seja sobre as práticas sexuais e do uso de entorpecentes, medicamentos, drogas, seja o que for, é um dado importante. Outro é que muitos referem só ter condições de submeter-se a essas práticas sob efeito desses recursos. Esses jovens precisam de outras opções, projeto de vida alternativa.

KNH - Na CAF vocês tem uma metodologia para o autocuidado através da Arte/Educação. Como é esse trabalho? Quais seus objetivos?

CAF - Nosso trabalho tem sido desde o início do projeto o de prevenção primária, “maneira mais econômica, eficaz e abrangente”. Em 2003 quando a CAF assumiu o abrigo de crianças e adolescentes que viviam ou conviviam com HIV/AIDS, na Zona Leste de São Paulo, a direção soube que alguns não tinham o histórico de transmissão vertical do vírus HIV - Denomina-se transmissão vertical do HIV a situação em que a criança é infectada pelo  vírus da AIDS durante a gestação, o parto ou por meio da amamentação - como era de se esperar naquela época, mas haviam sido infectados com o vírus HIV por abuso sexual. A questão era: como lidar com essa situação e tratar com crianças e adolescentes com esse histórico de violência somado ao de soropositividade? A diretora executiva nessa época, Ieda Maria S. Bochio,  organizou um grupo de técnicos, na verdade, uma equipe multidisciplinar para realizar atividades de educação em sexualidade no Abrigo da CAF. Foi nesse momento que fui convidada a participar da equipe. Como artista plástica e arte-educadora colaborei com a formulação da metodologia: Arte/Educação para abordagem dos temas de Saúde, privilegiando a cultura brasileira, jogos e as linguagens artísticas. As atividades de prevenção com crianças e adolescentes são realizadas em seis encontros, baseados em cinco pilares e um último encontro quando é feita uma avaliação e o compromisso, entrega de certificado. Quando não se conhece o próprio corpo, é difícil apreciá-lo; quando não apreciamos não cuidamos; a negligência com o próprio corpo é uma forma de desrespeito e a consequência, geralmente, é expor-se a riscos. Crianças e adolescentes que aprendem esses princípios tem mais probabilidade de protegerem-se de violências e de protegerem outros. As atividades artísticas possibilitam estratégias diversas, leituras expressivas e ações dialógicas, colaborando na educação em sexualidade, prevenção e identificação de casos de violências, abuso sexual infantil. Quando as oficinas são realizadas nas escolas fazemos primeiro um encontro de sensibilização com os pais e cuidadores e com os professores. Isso é fundamental. Além de estender essas informações entre os adultos, eles ficam sabendo que os jovens estão sendo orientados e que mais pessoas estão atentas para identificar possíveis casos de violência contra crianças e adolescentes.


 KNH - Jovens que vivem em comunidades de alta vulnerabilidade social ou em regiões periféricas são as maiores vitimas da exploração e abuso sexual ou o jovem de classe média e classe média alta, também está à mercê de abuso e exploração?

https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3701759876838088954#editor/target=post;postID=5087083567090855303CAF - O abuso sexual acontece em todas as classes sociais, credos, em toda parte do mundo. Nas comunidades mais vulneráveis essas ocorrências costumam vir a público, já nas classes média e alta costumam ser abafados. Veja, quando uma criança sofre violência dentro de um cômodo da comunidade é mais fácil alguém ouvir, perceber, e denunciar. Já nos grandes apartamentos, palacetes ou condomínios onde as casas ficam distantes umas das outras é muito mais difícil haver o envolvimento de outras pessoas para interferir. Famílias com maior poder aquisitivo, quando algum caso de violência sexual acontece, o sigilo é obtido com presentes, com atendimentos de médico e psicólogo de família, que nem sempre rompem o ciclo.Quanto à exploração sexual parece que é maior entre jovens de menos acesso,  de regiões de periferia. O fenômeno é semelhante. Contudo, não podemos esquecer que os jovens adolescentes são vulneráveis em qualquer classe social pela própria condição de desenvolvimento. Vez ou outra surgem na mídia casos de jovens de classe média e alta envolvidos com drogas, que cometem furtos, assaltam, matam e é sabido que devem se expor em atividades sexuais impróprias para manter o vício, a dependência. O número é bem maior do que é divulgado, e eles acabam tendo o suporte da família se não para dar conta do problema, pelo menos para abafar.

KNH - Estamos falando de violência sexual e possivelmente tendo como uma das causas a fragilidade e/ou rompimento dos vínculos familiares. Como é o trabalho com as famílias neste sentido?

CAF - Como mencionei, iniciamos o trabalho com crianças e adolescentes em situação de abrigamento. O trabalho com as famílias era no sentido de reinseri-los na família de origem ou em uma de adoção. Esse trabalho foi encabeçado pelo coordenador do Abrigo, Rubens Ortiz, e sua equipe. O Abrigo teve suas atividades encerradas em Dezembro de 2010, mas o Rubens continua dando suporte para essas crianças e adolescentes em suas famílias.Na escola, fazemos as oficinas de sensibilização e intermediamos o relacionamento entre a escola e a família, principalmente nos casos de negligência - faltas na escola, trabalho nos faróis, enfermidades, falta de higiene, de violência  física - e quando identificamos casos de abuso sexual. Atuamos com as famílias nos projetos que tem parceria com a Secretaria Municipal Assistência e Desenvolvimento Social, SASF e CCA,  nas oficinas de geração de renda, sob coordenação da Regina A. Trabachini, e nas comunidades religiosas com as quais temos parceria de trabalho. As crianças e os adolescentes do entorno da CAF, ou estão na escola, ou nos projetos ou nas igrejas. Infelizmente não é a maioria, e não temos condição de dar conta de tudo que é preciso fazer. Daí entendemos que é preciso capacitar professores, educadores sociais, líderes das igrejas para identificar casos e como atender as crianças e adolescentes que passam por essas situações de violência

KNH - Gostaria de deixar alguma mensagem para as pessoas no sentido da responsabilidade de todos no enfrentamento das violações em geral dos diretos humanos de crianças e adolescentes?

CAF - Posicionar-se e enfrentar as violações de direitos humanos de crianças e adolescentes é responsabilidade de todos. Não há dúvidas sobre isso, mas também não é segredo de que há resistências em todos os setores. Desde o surgimento da AIDS a quebra de paradigmas retrata o direcionamento adotado nos serviços de atendimento aos portadores do HIV/AIDS. A AIDS foi e ainda é um desafio, mas o enfrentamento da epidemia construiu um conhecimento que pode ser reproduzido para enfrentar a violência contra crianças e adolescentes. É preciso desconstruir o que está estabelecido, sair do conformismo, romper o conceito de que o enfrentamento é tarefa de alguns e partir para ações criativas, Inter setoriais e em rede.